quarta-feira, 25 de maio de 2011

EXISTEM SEGREDOS SOBRE O ORGASMO?


Patrícia mal completou a maioridade e já tem uma preocupação em mente: atingir o orgasmo. A vilamiga comentou em um dos seus posts que usa brinquedinhos eróticos com o seu primeiro namorado e investe nas preliminares para chegar lá. "Temos que tentar juntos descobrir uma forma para que isso se concretize!", escreveu.
Se antes as mulheres mal sabiam o que era orgasmo mesmo depois de anos de casamento, hoje em dia ele se tornou uma obsessão para muitas delas.
Sem tabus, elas exploram mais o corpo e vão atrás de manuais, guias, livros, cursos e até cirurgia íntima em busca de atingir o máximo de prazer na hora H. "O orgasmo é algo muito particular, que promove sensações diferentes em cada mulher e difíceis de descrever, por isso a curiosidade em se falar sobre o assunto", aponta a sexóloga Carla Cecarello.
A terapeuta sexual Sylvia Marzano acrescenta que não existe uma fórmula mágica. "Orgasmo é individual e a receita está na pessoa, na sua entrega, na cumplicidade, tendo como resultado uma excitação crescente até o máximo do prazer sexual". Se antes eram os homens os mais preocupados com o desempenho na cama, agora elas é que vão em busca de respostas e "treinamentos", para agradar ao parceiro, e conseqüentemente, também serem beneficiadas. Mas isso não significa que muitas delas consigam de fato ter mais prazer. Um estudo publicado recentemente no jornal da Associação Britânica de Cirurgiões Urológicos pela Clínica Urológica de Nova Jersey (Estados Unidos) afirmou que não atingir o orgasmo é a principal queixa delas, mulheres entre 18 e 30 anos. Mais ansiosas na busca pelo orgasmo, o sexo deixa de ser natural e passa a ser mais uma performance.

Por este motivo, o Vila Dois esclarece aqui algumas questões chaves sobre orgasmo e mostra que sentir prazer não é algo tão complicado assim de se conseguir.

O orgasmo deve ser sempre muito intenso?

Sylvia Marzano: As sensações do orgasmo são variáveis de pessoa para pessoa. O orgasmo é o resultado de uma excitação crescente, tendo como resultado o clímax, onde está inserido entrega, sentimento e sensações, estas sofrem influência de fatores intrínsecos (emoções, sentimentos, orgasmos anteriores registrados na memória) e extrínsecos (ambiente, tempo e parceria sexual).

Carla Cecarello: Em algumas mulheres bastam poucos estímulos, principalmente quando elas estão com muita vontade. Mas há dias que os dois não estão em sintonia, sem muita vontade, aí a falta de intensidade no orgasmo ou até mesmo a ausência dele poderá acontecer naturalmente.

Todo ser humano é preparado biologicamente para o orgasmo?

Sylvia Marzano: O nosso corpo está apto para o sexo e consequentemente para o orgasmo. Na dificuldade ou ausência do orgasmo, é necessário a busca de tratamento por um especialista - terapeuta sexual - para investigar as possíveis causas, físicas ou psicológicas.

Carla Cecarello: Quando a falta de prazer se torna algo persistente pode estar relacionado com a anorgasmia, mas nem sempre significa que a mulher possa ter a disfunção, porque na maior parte das vezes as causas da falta de orgasmo são emocionais.

O orgasmo clitoriano é verdadeiro?

Sylvia Marzano: O orgasmo não depende da penetração para acontecer. Ele é um só e não separado em vaginal, clitoriano e peniano, mas uma sensação do corpo inteiro. O que muda são os pontos estimulados para a excitação. Não há comprovação científica que ateste a existência do Ponto G masculino ou feminino, mas sim regiões que ao serem estimuladas favorecem o orgasmo. Para as mulheres, o canal vaginal possui uma plataforma orgástica, região mais sensível ao toque logo nos primeiros centímetros, que participa efetivamente na elevação da excitação.

Carla Cecarello: O orgasmo através do clitóris acontece na maior parte das vezes, porque ele se trata de um músculo que tem cabeça, localizado para fora, e vai até a região interna da vagina. E se enche de sangue quanto está excitado. Quando o orgasmo vaginal acontece, na verdade, é a extensão dele que é estimulada, portanto, a sensação de prazer vem dele.


Se as preliminares são longas, os orgasmos serão intensos?

Sylvia Marzano: Elas ajudam a chegar lá, mas não vão indicar a intensidade do orgasmo e sim da excitação, da entrega total ao momento erótico e de suas emoções.
Mulheres demoraram mais para chegar lá?

Sylvia Marzano: De forma geral sim, porque na sua resposta sexual, elas têm mudanças anatômicas na sua genitália para que possa ser penetrada sem dor. Muitas vezes, em um encontro casual, a mulher pode ter um orgasmo dentro de poucos minutos, pelo fator fantasia do momento.

Carla Cecarello: Geralmente as mulheres precisam de três ou quatro vezes mais tempo do que o homem para conseguir o orgasmo, mesmo porque a anatomia dos dois é diferente. Eles são visuais, elas sensoriais. Com a intimidade eles conseguem ajustar quem goza primeiro ou não, e, às vezes, até chegam lá, juntos.

Sylvia Marzano: O orgasmo e a ejaculação são respostas fisiológicas diferentes no homem. O orgasmo é uma resposta sensorial, enquanto que a ejaculação é a eliminação do esperma. No homem, geralmente eles acontecem simultaneamente. Ainda não foi comprovado nada sobre a ejaculação feminina. Em alguns casos há mulheres que se lubrificam mais do que as outras, pela atuação de glândulas no canal vaginal. Mas estas glândulas não são como a próstata e o canal seminal masculino que podem armazenar um liquido para depois jorrá-lo em determinado momento. Na mulher, estas glândulas assim que produzem o liquido para lubrificação, o solta, e isso é feito durante toda a relação.

Fonte: Juliana Lopes - vilamulher.terra.com.br


















0 comentários: